Começou com o objetivo de ser uma rede social portuguesa a ser lançada em junho, mas o novo coronavírus levou a MACIV Technologies a antecipar o lançamento do Kioxk (lê-se quiosque) para, através de um plugin, disponibilizar um questionário que serve como uma espécie de pré-triagem ao Covid-19. Como explica Miguel Sousa, CEO da empresa, em entrevista à Exame Informática, o objetivo, em parte inspirado pelo movimento Tech4Covid19, era simples: reduzir o stress do SNS24.
Assim, com base na informação oficial disponibilizada pela Organização Mundial de Saúde, a equipa do Kioxk desenvolveu um questionário e um algoritmo que permite calcular as probabilidades de contaminação. O resultado final foi depois enviado a mais de uma dezena de profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) para revisão antes da publicação online.
A ideia, portanto, é que quem suspeitar que tem sintomas que podem indiciar Covid-19, responda às perguntas do formulário antes de recorrer às já sobrecarregadas linhas do SNS24. Miguel Sousa revela que até agora mais de 80% dos resultados dos questionários apontam para que não haja indicação de contaminação. Nas situações em que as respostas deixam dúvidas ou apontam para a potencial presença do novo coronavírus, a pessoa é aconselhada a, nessa fase, ligar para o SNS24 ou reencaminhada diretamente para um médico.
O Kioxk pode ser utilizado tanto em browser como em aplicação móvel, mas obriga a um registo. Como a aplicação recolhe dados como o endereço do IP e a geolocalização, quisemos saber o porquê deste tipo de informação ser recolhido num questionário de pré-triagem e Miguel Sousa explica que isso tem a ver com a conceção original da plataforma para funcionar como uma rede social, pelo que esses dados permitem personalizar o feed do utilizador. Como aludimos no início do artigo, a ideia original (e futura) da Kioxk é ser uma rede social que tem acesso ao feed noticioso oficial da Agência Lusa e o modelo de negócio passa pela venda de publicidade altamente direcionada através de conteúdos patrocinados.
Mas, a mais curto prazo, Miguel Sousa ainda espera ter resposta das várias entidades oficiais que contatou – como, por exemplo, a Direção-Geral da Saúde – para que o Kioxk possa trabalhar em parceria com estes organismos e afinar ainda mais esta ferramenta de pré-triagem.
