Um relatório das Nações Unidas revela que o regime da Coreia do Norte aplicou na compra de armas de destruição de larga escala cerca de dois mil milhões de dólares (mais de 1,79 mil milhões de euros) obtidos em campanhas de ciberataques levadas a cabo nos últimos tempos.
Além de expedientes relacionados com a lavagem de dinheiro, os ciberoperacionais dirigidos pelos serviços secretos norte-coreanos terão lançado vários ciberataques sofisticados contra bancos e sites de câmbio de criptomoedas para aumentarem o pecúlio obtido através da Internet. O relatório denuncia a existência de, pelo menos, 35 entidades alegadamente manobradas pelo governo de Pyongyang, com o propósito de lançar operações em 17 países.
Todas estas operações terão sido lideradas pelos serviços secretos da Coreia do Norte, que são geridos a partir do Gabinete Geral de Reconhecimento. «Os intervenientes da República Democrática Popular da Coreia, muitos operando sob a direção do Gabinete Geral de Reconhecimento, amealharam dinheiro para os programas armas de destruição em larga escala, com rendimentos estimados até à data em dois mil milhões de dólares», refere o relatório confidencial das Nações Unidas, citado pela Reuters.
O relatório das Nações Unidas, que foi escrito antes dos testes com mísseis balísticos da semana passada, já alerta para o crescendo de capacidade de destruição alcançado nos testes levados a cabo pelo regime ditatorial liderado por Kim Jong-Un, durante julho e maio.
Os autores do relatório denunciam ainda as persistentes violações de sanções aplicadas às importações do regime norte-coreano, chegando a apontar o dedo a ações de contrabando efetuadas através de navios de carga usados para transportar armas e bens de luxo. «Solicitamos a todos os estados responsáveis que tomem ações contra a capacidade da Coreia do Norte para levar a cabo atividades no ciberespaço, que gera rendimentos que suportam (a compra) de armas de destruição de larga escala e programas de mísseis balísticos», conclui o relatório das Nações Unidas, mais uma vez citado pela Reuters.
Como seria de esperar, o governo da Coreia do Norte não se dignou a comentar quando questionado pelos jornalistas sobre esta matéria.