O texto do acordo do Brexit, um extenso documento com mais de 1200 páginas, refere a utilização de “packs de software modernos de email como o Outlook, o Mozilla Mail, bem como o Netscape Communicator 4.x”. As duas últimas estão ultrapassadas há muitos anos, sendo que a última grande atualização do Netscape aconteceu em 1997. O acordo recomenda ainda práticas de proteção no que toca a cibersegurança, mencionando a encriptação RSA 1024-bits e o algoritmo de hashing SHA-1, ambos já ultrapassados também e vulneráveis.
Algumas fontes sugerem que estas lacunas aconteceram porque foi um civil não especialista nestes temas que tratou de copiar e colar blocos de texto provenientes de fontes datadas e outros aventam que se copiaram porções de um documento de legislação europeia de 2008, noticia a BBC.
O professor Bill Buchanan, especialista em criptografia, considera que há “poucas desculpas” para a utilização destas referências já datadas: “Acredito que se tratou puramente de copiar e colar textos de standards antigos, por parte de pessoas com pouco conhecimento dos detalhes técnicos”. O especialista complementa que os padrões de segurança recomendados eram bons “há uma década, mas não estão a par dos padrões modernos”.
O documento foi aprovado agora, no Natal, com a concordância unânime dos 27 Estados-membro e deve entrar em vigor agora a 1 de janeiro.