Uma equipa de arqueólogos descobriu, numa zona conhecida por Liang Tebo no Bornéu, os restos mortais de um jovem adulto enterrado ali há 31 mil anos. O esqueleto, apelidado de Tebo 1, não tem o pé esquerdo, tendo este sido amputado com cortes limpes e cuidados na diagonal realizados após a tíbia e a fíbula, dois ossos da parte inferior da perna. A confirmar-se a autenticidade, trata-se do indício mais antigo de uma amputação realizada pelo ser humano.
Não há vestígios do género deste esqueleto, mas acredita-se que este tenha sobrevivido à cirurgia durante alguns anos subsequentes havendo sinais de uma recuperação que demoraram entre seis e nove anos a surgir depois da operação. A limpeza dos cortes faz os investigadores avançar com a hipótese de que a amputação foi mesmo intencional e não o resultado de, por exemplo, uma mordida de um animal ou outro incidente, noticia o Ars Technica.
Tim Maloney, da Universidade de Griffith, acredita que Tebo 1 tinha 19 ou 20 anos na altura da morte, o que faz com que tenha sido amputado enquanto criança, com 10 a 14 anos. Os ossos amputados não mostram qualquer sinal de inflamação, o que sugere que houve bastante cuidado em torno de Tebo 1 para que não sucumbisse.
“Infere-se que a vida sem um membro inferior, num terreno montanhoso e rugoso, apresentava uma série de desafios práticos – muitos dos quais assume-se que só puderam ser ultrapassados com um grande nível de cuidados comunitários”, escreve Maloney.
Até aqui, a evidência mais antiga de amputação realizada pelo Homem datava de há sete mil anos, em França.