A matemática e escritora Ada Lovelace, que viveu em Inglaterra no século dezanove, é reconhecida como a primeira programadora do mundo. Atualmente, o prémio PRACE Ada Lovelace distingue todos os anos uma mulher cientista que tenha feito contribuições extraordinárias e com impacto na Computação de Alta Performance e o galardão deste ano vai para Marija Vranic, investigadora e professora convidada do Instituto Superior Técnico.
Além do ensino superior, Vranic colabora com o IPNF (Institue for Plasmas and Nuclear Fusion) na investigação do Grupo de Lasers e Plasmas. A investigadora reconhece o “significado especial” deste prémio, lembrando que foi capaz de fazer o seu trabalho em parte devido a outros projetos suportados pelo PRACE. “Fiz contribuições tanto para o desenvolvimento de algoritmos, como na pesquisa sobre a forma como estes algoritmos podem ser usados”, completa.
O trabalho principal de investigação de Vranic é focado na interação da luz com plasmas em condições extremas, um campo que tem vindo a ganhar mais relevância numa altura em que a ELI (Extreme Light Infrastructure) vai tornar-se uma realidade na Europa. Esta instalação vai ser capaz de gerar raios laser cerca de 10 mil vezes mais intensos do que até agora. O avanço pode abrir caminho ao desenvolvimento de aceleradores de partículas mais baratos do que os convencionais e recriar condições que só acontecem naturalmente no espaço, junto a buracos negros ou a pulsares.
Durante o Doutoramento no Técnico, a professora Marija Vranic avançou na implementação de um modelo de arrefecimento de radiação em algoritmos de interação luz-partícula e desenvolveu algoritmos de fusão de partículas que permitem aos cientistas simular grandes números de pares de partículas quânticas que surgem em plasmas extremos.
Por este trabalho, a investigadora, docente convidada do Departamento de Física do Técnico, já tem vindo a receber vários prémios científicos e distinções ao longo da sua carreira.