“Acredito que o nosso destino é continuar a explorar. Veja-se a história da espécie humana. Exploramos a níveis cada vez mais pequenos, até ao subatómico, e continuamos a explorar em escalas maiores”, afirma Joel Rothman, um dos professores da Universidade de Santa Barbara que propõe enviar tardígrados e outros seres em pequenas naves espaciais para sistemas estelares na vizinhança.
A proposta de Rothman, juntamente com Philip Lubin, também docente na mesma universidade, justifica a utilização de tardígrados por serem criaturas que podem suspender a sua função metabólica para sobreviver em condições extremas, como frio, vácuo no espaço ou mesmo serem projetados a grande velocidade, noticia a publicação Futurism. Outra hipótese seria enviar nemátodes.
Mas este não o único elemento diferenciador da proposta dos dois investigadores. Segundo a hipótese agora levantada, estes seres microscópicos seriam enviados para o espaço em pequenas ‘naves’ espaciais, pouco maiores do que uma mão humana, com o objetivo de testar novas tecnologias de propulsão. Neste caso, os investigadores querem usar um forte laser (localizado na Terra ou até na Lua) para ‘empurrar’ a nave pelo espaço sideral.
Os investigadores, cuja proposta pode ser lida aqui, estimam que seria possível criar um veículo que se movesse a cerca de 20 ou 30% da velocidade da luz, o que ajudaria a reduzir de forma significativa o tempo necessário para viagens de longa distância – segundo as contas dos cientistas, enviar uma mini-nave ao sistema estelar Proxima Centauri poderia demorar 20 anos em vez de 80 mil anos usando os sistemas atuais.
Uma questão de ética
Além de não haver ainda estudos concretos sobre a viabilidade desta proposta, a ideia levanta alguns problemas éticos, como a questão sobre se os humanos têm o direito de introduzir vida noutros locais da galáxia. Lubin admite esta situação, lembrando o conceito de panspermia, que defende que a vida na Terra poderá ter vindo de outros locais ou por via de cometas: “A ideia de que o faríamos propositadamente levanta algumas grandes questões”, revela o académico.
Outra questão que ainda permanece por responder é se os tardígrados ou outros seres seriam capazes de sobreviver a uma viagem de longa duração em condições extremas.