É mais um trabalho de investigação sobre vida extraterrestre e, curiosamente, um estudo que chega a uma previsão semelhante à que Carl Sagan apresentou no programa Cosmos nos anos oitenta. O novo estudo, publicado no The Astrophysical Journal, faz uma previsão sobre o número provável de civilizações que podem existir na nossa galáxia, a Via Láctea.
Esta análise tem por base a Equação de Drake, a mesma referida no tal programa de Carl Sagan, desenvolvida em 1961. Trata-se de uma equação estatística que tenta prever o número de civilizações com as quais poderemos estabelecer comunicações, indicando aos cientistas que dados devem contemplar para fazer esse cálculo. As variáveis incluem a taxa de formação de estrelas, quantas estrelas têm planetas em órbita, número de planetas com potencial para desenvolver vida e número de planetas com vida inteligente. Como muitas destas variáveis são desconhecidas, a aplicação do cálculo tem vindo a variar de acordo com os dados que se vão descobrindo ou prevendo.
Novos cálculos
Foi o que fizeram os astrónomos Tom Westby e Christopher Conselice, que optaram por novos métodos para prever o número de civilizações na nossa galáxia. Com destaque para a ideia base que a vida em outros planetas se desenvolve de forma similar ao que aconteceu na Terra. O que significa que estes investigadores partiram do princípio que os planetas têm de estar numa zona habitável – com as condições mínimas para o aparecimento de vida – durante cerca de 5 mil milhões de anos. O tempo que demorou a civilização humana a aparecer na Terra e a desenvolver capacidade de comunicação.
Com base nestes pressupostos, chegaram à conclusão que é provável que existam oito civilizações na Via Láctea com inteligência e capacidade de comunicação, entre os cerca de 2900 mundos com capacidade para terem vida.
Como estas civilizações estarão a, pelo menos 7000 anos-luz de distância, conclui-se que só poderão ser detetadas após sete mil anos de emissões de sinais. Ou seja, mesmo que essas civilizações existam e estejam a emitir sinais, a humanidade poderá ainda terá de esperar milénios para os detetar.
Os próprios investigadores admitem que este estudo parte de pressupostos que não há forma de garantir que sejam verdadeiros. Por exemplo, é possível que o desenvolvimento de vida em outros locais na galáxia aconteça e outro modo e a outro ritmo.