A Johnson & Jonhson vai começar a testar em 3800 homens uma vacina contra o HIV no final deste ano na Europa, Américas do Sul e do Norte. De acordo com a notícia dada pela Bloomberg na passada sexta-feira, a nova vacina trata-se de um mosaico tetravalente resultante da junção de quatro componentes que aumentam as defesas imunitárias. Foi já testada em animais e foi considerada ser segura para ser aplicada em humanos. Os testes vão ser levados a cabo pela filial da Johnson & Johnson que dá pelo nome de Jansenn.
Dan Barouch, o cientista por trás deste projeto, afirma que a vacina terá como alvo várias estirpes do vírus. Durante 15 anos, com a ajuda da sua colega Bette Korber, uma biologista computacional que trabalha para o laboratório de Los Amos nos Estados Unidos, desenvolveu um “mosaico” de proteínas que faz o sistema imunitário reagir contra diferentes tipos de vírus. A vacina foi criada a partir de um vírus “adormecido” que foi alterado para criar as proteínas em causa.
O cientista explicou que um dos obstáculos à vacinação contra o HIV se encontra na forma como o vírus se pode acumular em determinadas células do corpo e, mesmo assim, manter-se indetetável pelo sistema imunitário. Apesar destes constrangimentos técnicos, dois terços dos animais que receberam a vacina projetada por Barouch terão desenvolvido a imunidade ao HIV, referiu o cientista à Bloomberg.
A primeira leva de participantes do estudo será constituída em exclusivo por homens que mantiveram relações sexuais com outros homens. Estes primeiros voluntários vão receber seis doses da vacina em quatro sessões diferentes. Segundo a Bloomberg, os resultados do estudo deverão ser analisados apenas em 2023 – e há ainda uma variante da mesma vacina está pronta para ser testada nalguns locais do continente africano, mas destina-se exclusivamente a mulheres (serão 2600 as mulheres que deverão testar a vacina).
Desde que foi considerada uma epidemia nos anos 1980, a SIDA e o vírus do HIV manteve-se como um dos principais objetivos de trabalho cientistas e marcas farmacêuticas mundiais. De acordo com o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças Americano todos os anos morrem cerca de um milhão de pessoas com doenças, cujos resultados são exponenciados nas pessoas com SIDA.