Apesar de a vida humana requerer vários elementos, para os organismos vivos mais básicos ‘apenas’ são necessários hidrogénio, oxigénio, carbono, nitrogénio e fósforo. Agora, investigadores publicam um estudo no Proceedings of the National Academy of Sciences onde revelam que é provável a existência de fósforo, o último elemento que faltava desta lista, em Enceladus, a pequena lua de Saturno.
Com um grande oceano de água líquida, já se sabia que este astro tinha os dois primeiros elementos da lista. Depois, a deteção de gelos de amónia e metano confirmaram também a existência de nitrogénio e de carbono, com o hidrogénio molecular a indiciar também a presença de energia biologicamente disponível. Falta o fósforo, com vários especialistas a lembrarem que há formas de vida que poderiam ter proliferado sem este elemento, embora as probabilidades de se reproduzir fossem diminutas.
Agora, Christopher Glein, do Southwest Research Institute, assina um estudo onde revela que as análises das plumas lançadas pelos geiseres de Enceladus contêm “quase todos os requisitos básicos para a vida como a conhecemos”. A exceção aqui é mesmo o fósforo, do qual não existem evidências diretas.
A equipa de Glein explica que se sabe que Enceladus não é completamente líquida e tem um núcleo sólido que, quase de certeza, contém os elementos abundantes do universo, incluindo fósforo. O estudo modela as interações entre o núcleo e o oceano por cima para determinar se minérios de fósforo presentes nas rochas podem estar a ser libertados para a água e conclui-se que existem as condições de temperatura, pressão e acidez ideais para tornar os fosfatos solúveis, explica o IFL Science.
“A geoquímica subjacente tem uma simplicidade elegante que torna a presença de fósforo dissolvido inevitável, atingindo níveis próximos ou até superiores aos que encontramos nos oceanos da Terra atual”, afirma Glein. Os próximos passos, de acordo com este especialista, passam por voltar a apontar instrumentos a Enceladus para se saber se o “oceano considerado habitável é, de facto, habitado”.