Esta semana acontecem dois eventos dedicados às futuras cidades inteligentes e climaticamente neutras que se inserem no projeto Cidades Inteligentes e Climaticamente Neutras 2030 da Comissão Europeia – as Smart Cities. Entre os dias 16 e 18 de novembro decorre em Barcelona (e online) o Smart City Expo World Congress e em Lisboa o PORTUGAL SMART CITIES SUMMIT.
Eventos “inteligentes”
No país vizinho, o principal congresso internacional para cidades tem o objetivo de capacitar as cidades e dar a conhecer inovações urbanas em todo o mundo. Através da promoção da inovação social, do estabelecimento de parcerias e da identificação de oportunidades de negócios, o evento tem como objetivo criar um futuro melhor para as cidades e os seus cidadãos. Aqui são anunciadas, por exemplo, projetos de cooperação, como o que foi estabelecido entre a NOVA Information Management School (NOVA IMS) da Universidade Nova de Lisboa e a Comunidade Intermunicipal do Oeste (CIM Oeste), com o apoio da Deloitte, para tornar esta região inteligente e climaticamente neutra.
A CIM Oeste é uma entidade pública, de natureza associativa, que pretende fomentar o desenvolvimento de Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras e tornar a “região inteligente”. Com vista a uma gestão de recursos eficaz, eficiente e sustentável através da tecnologia e da sua interoperabilidade, a região deverá recorrer às chamadas iniciativas Smart – utilizadas para identificar e descrever ações ou planos promovidos a nível central e municipal, e a longo prazo ter capacidade de prever e antecipar constrangimentos.
Miguel de Castro Neto, subdiretor na NOVA IMS e coordenador do NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, afirma que “mais do que o acesso a um quadro de subsídios, é a integração de princípios de governação do território e das cidades e das vilas, que querem ser partes ativas neste processo, criando e gerindo os seus próprios sistemas de planeamento e gestão” que os leva ao evento. Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer e presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste, espera atingir o objetivo, “agregando todo o conjunto de 12 municípios”, dizem em comunicado.
Por outro lado, o evento que ocorre na FIL, no Parques das Nações, é o maior evento nacional dedicado às cidades inteligentes e irá incluir demonstrações tecnológicas altamente inovadoras e potenciadas pelo 5G, da responsabilidade da NOS. Nas conferências, nacionais e internacionais, conta-se com a participação de autarquias, entidades públicas e particulares, universidades e start-ups tecnológicas.
Se estiver interessado em marcar presença no evento, terá de fazer aqui a sua inscrição e apresentar certificado digital de vacinação COVID-19 ou teste negativo à entrada. Mais informações disponíveis aqui.
Até 2030 Europa deverá ter cem cidades climaticamente neutras
Esta é uma das missões da União Europeia que assumem o compromisso de resolver grandes desafios da sociedade, tendo um calendário e orçamento próprios, calculados de acordo com o grau de dificuldade da resolução do problema. Esta missão pretende alcançar, até 2030, um total de 100 cidades inteligentes e com impacto neutro para o clima, garantindo que essas cidades atuam como centros de experimentação e inovação para que, até 2050, todas as cidades europeias sejam climaticamente neutras.
A necessidade de “tornar as cidades inteligentes” surge pelo facto de as cidades abrangerem cerca de 3% da superfície terreste do planeta e produzirem mais de 70% das emissões de gases com efeito de estufa. Assim, cada uma das 100 cidades europeias pioneiras que façam parte da missão devem assinar o chamado ‘Contrato de Cidade do Clima”, que vai permitir que as pessoas desempenhem um papel ativo. O contrato irá proporcionar novas plataformas de ação e melhores recursos para agir a favor do clima. Através da sensibilização e diferentes tipos de abordagem, as cidades devem motivar a mudança de comportamento da sua comunidade para que seja possível melhorar a saúde e o bem-estar da população, melhorar a qualidade do ar, criar emprego e adotar um estilo de vida mais saudável, por exemplo.