Para uma pessoa com esclerose múltipla a vida é uma autêntica montanha russa. Num dia pode acordar e nem dar conta de que sofre da doença, no outro poderá sentir-se miserável e com limitações. A CLEO, aplicação da empresa de biotecnologia Biogen, que chega agora a Portugal depois de já estar a ser utilizada noutros países, apareceu precisamente para ajudar a lidar com esta instabilidade. “A nossa memória de recente é a dez dias. A partir daí já não conseguimos lembrar-nos de como nos sentimos, como estávamos”, descreve o presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) Alexandre Guedes da Silva, ele próprio um paciente com esta doença auto-imune. Daí que a principal função da CLEO seja a de diário. O objetivo é que nesta aplicação o paciente possa ir anotando, todos os dias, como se sente, os sintomas que teve, para na próxima consulta relatar ao médico, com exatidão, a evolução da doença. Desta forma, a ferramenta permite a cada utilizador acompanhar o seu estado de saúde, os sintomas, níveis de fadiga, esforço físico. Informações que poderão, posteriormente, ser partilhadas com a equipa de profissionais de saúde que acompanham o doente. Também é possível adicionar lembretes relacionados com a medicação e a marcação de consultas e exames.
A aplicação, que está disponível para Android e iOS, inclui ainda um serviço de chat, através da qual será possível enviar perguntas a uma equipa de enfermeiros. A CLEO contém ainda um conjunto de informações, artigos e histórias de outros doentes, recomendações úteis e programas de saúde e bem-estar, que incluem mindfullness. No futuro irá incluir planos de exercício físico e nutrição, tudo devidamente validado e adaptado às necessidades dos pacientes com esclerose múltipla. Alexandre Guedes Silva, que testou a app antes de esta ser apresentada em Portugal, afirma que esta “se Insere muito bem na revolução digital que está a acontecer no acompanhamento da doença.”