Não tenho memória de ter visto Fernando Chalana jogar. Mas lembro muitas vezes as conversas sobre bola com o meu sogro, que me falava muito dele. Quando eu me desfazia em elogios sobre Paulo Futre, o jogador português mais entusiasmante que vi, ele respondia sempre: “o Futre era muito bom. Mas o Chalana… o Chalana era a Alegria do Povo”.
“Alegria do Povo” era a alcunha de Mané Garrincha, “O génio das pernas tortas”, um dos maiores dribladores da História do futebol mundial e que estava para Pelé como Chalana estava para Eusébio (de quem herdou a camisola 10): todos os deuses do futebol precisam de um anjo.