Segunda-feira, primeiro dia útil do resto da vida de Luís Montenegro. Começa hoje o início da travessia no deserto que tem pela frente, de utilidade existencial para o PSD. O 19º líder do PSD foi eleito este fim de semana num ambiente de manifesto torpor, que se traduziu numa abstenção de 39,5%, quase o dobro do verificado as últimas diretas, mas um resultado expresso que lhe confere uma inequívoca legitimidade: 73% dos votos, contra 27% para Jorge Moreira de Silva.
Durante o mandato de Rui Rio, o partido perdeu muito mais do que todas as eleições a que se propôs: perdeu quadros competentes, posicionamento ideológico, dinâmica social, ambição e relevância. Nos últimos 27 anos, o PSD só esteve no poder sete anos e meio, e em coligação com o quase defunto CDS. Com elevada probabilidade, o PS ficará instalado na sua maioria absoluta pelo menos 11 anos até 2026, ou seja, terá mais quatro pela frente. É legítima a pergunta: resistirá o PSD à travessia ou transformar-se-á no maior dos pequenos?