Primeiro, foram aqueles tempos em que esperávamos que aquilo de ir tudo para casa fosse só por 15 dias, embora os mais avisados suspeitassem que não; depois, a certeza de que a pandemia estava aí para ficar e, por fim, a esperança, no final do ano passado, quando começaram a ser administradas as primeiras vacinas: entre vacinados e recuperados, havíamos de atingir a imunidade de grupo e ficaria tudo bem. Antes do verão, ainda apontávamos para os 70% da população vacinada, mas, já em meados de agosto, o vice-almirante Gouveia e Melo, que liderou a task force para a vacinação até final de setembro, empurrava a meta para parte incerta: já começava a parecer possível que a imunidade de grupo nunca acontecesse mas, a acontecer, seria melhor apostar nos 85 por cento.
Recuperados são agora mais de um milhão e o último relatório da DGS dá conta de 86,2% de pessoas já com a vacinação completa. Mas a imunidade de grupo continua fora de vista.