Estavamos em maio de 2019. O deputado do PSD Duarte Marques pergunta a Joe Berardo de quem é, afinal, a coleção de arte Joe Berardo. O empresário baralha-se, hesita, e acaba por ser o advogado a explicar-lhe, em plena Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão dos Bancos, as diferenças entre o Museu Berardo, a Associação Coleção Berardo e a Fundação Berardo e as relações entre estas instituições. Berardo ainda quis que fosse o advogado a falar, mas acabou a (tentar) ler as notas improvisadas pelo causídico. Sempre com uma postura de descaso, o madeirense garantiu que não tinha dívidas nenhumas, nem era dono de coisa alguma e que, “como português”, tentou “ajudar os bancos”. Mas o momento que ficaria mais na memória foi a risada forçada de Joe Berardo, na cara dos deputados da Assembleia da República. A deputada do CDS-PP Cecília Meireles perguntou-lhe o que aconteceria se os bancos tentassem executar os títulos da Associação Coleção Berardo. “Eles têm direito, que o façam”, respondeu então o empresário.
-“E se o fizerem deixa de ser o senhor a mandar na associação?”