Fernando Medina está no olho do furacão, com vários a pedirem a sua demissão, após ter vindo a público que a Câmara de Lisboa entregou ao Kremlin os dados pessoais de três ativistas anti-Putin, que se manifestaram em frente à embaixada da Rússia, pela libertação do ativista Alexei Navalny, a 23 de janeiro de 2021. Mais do que colocar tais cidadãos numa enorme fragilidade face ao poder político russo – tendo em conta que pelo menos um deles tem o estatuto de refugiado em Portugal e todos contam com familiares no País de origem -, o gesto dos serviços municipais da capital pôs a nu que afinal se tratava de uma rotina com quase uma década.
Desde setembro de 2011, com a extinção dos governos civis, será que todos os que pediram autorização para se manifestarem em Lisboa poderão ter tido os seus dados a seguir o mesmo caminho, caindo nas mãos das entidades alvo de contestação? Medina não conseguiu dar a garantia que tal não tenha acontecido.