Nunca me esqueci destas linhas que li no breve, mas muito esclarecedor, livro de Pedro Paixão Onze Noites em Jerusalém (publicado em 2002): “Embora existam muitos judeus não-sionistas, até anti-sionistas e mesmo alguns, tristemente, anti-semitas, a palavra designa simultaneamente uma pertença étnica e uma filiação religiosa, quer sejam ou não reconhecidas. É como se as palavras ‘português’ e ‘católico’ estivessem fundidas numa só e não pudessem ser separadas.”
Nos momentos, infelizmente nada raros, em que Israel salta para as manchetes mundiais pelas piores razões, recordo-me dessa verdade simples; da grande confusão provocada por chamarmos, devidamente, “judeu” a um qualquer cidadão do mundo filho de mãe judia, que pode ser totalmente ateu e, ao mesmo tempo, a tudo o que é relativo a uma religião: o judaísmo.