“Decidi criar um grupo no Facebook, chamado ‘Ajudar a Amparar’, com o intuito de alcançar o maior número de pessoas que possam ajudar, contribuindo com o que puderem. Podem dar o que tiverem em casa e que não usem, desde roupa e calçado de criança ou de adulto, brinquedos, artigos escolares ou produtos de higiene”, explicou à agência Lusa Hamilton Costa.
A ideia surgiu depois da sua última passagem por São Tomé e Príncipe, no mês de novembro, em que levou algumas caixas com bens para dar a famílias mais necessitadas, tal como já vinha fazendo nos últimos anos.
“Acabei por levar algumas caixas a um jardim-de-infância que fica perto da Cascata de S. Nicolau, que só tinha três brinquedos. Infelizmente, há muita gente com necessidades em São Tomé, especialmente aquelas famílias que vivem em locais mais isolados”, sublinhou.
A vontade de levar “mais esperança” à sua terra Natal, fez com que o apelo se repetisse na página do grupo, que já leva cinco mil membros, tendo alguns contribuído com o que “já não lhes faz falta”.
As caixas vão sendo guardadas na garagem de sua casa e “assim que dê para encher um contentor serão enviadas para São Tomé”.
“Enviar um contentor de Viseu até às mãos de quem mais necessita custa cerca de quatro mil euros, mas tenho esperança de conseguir donativos para que os bens cheguem ao destino. Até hoje, todas as ajudas que enviei para São Tomé foram suportadas por mim, dentro das minhas possibilidades, mas não consigo suportar tudo”, descreveu.
No seu entender, a ajuda deverá chegar primordialmente às famílias carenciadas e que vivem mais isoladas e depois a algumas instituições.
“As instituições, bem ou mal, já recebem algumas ajudas. Faz-se mais a diferença ao dar a famílias que vivem em aldeias menos acessíveis e que vivam com dificuldades”, justificou.
Hamilton Costa referiu ainda que gostava muito de conseguir identificar algumas famílias que pudessem vir a ser apadrinhadas e ajudadas à distância.
“Ainda não sei muito bem como poderei fazer isto, mas é um dos meus objetivos futuros. Pretendo que toda a ajuda possível chegue ao país que me viu nascer e de onde vim com cinco anos”, concluiu.