As mulheres recebiam de remuneração média mensal de base, em 2011, menos 18% do que os homens, valor que varia com os níveis de qualificação, habilitações literárias e com a atividade económica, segundo um relatório sobre diferenças salariais.
O Relatório Sobre Diferenciações Salariais por Ramos de Atividade, a que a agência Lusa teve acesso, constitui “um primeiro retrato” relativo às diferenças remuneratórias entre homens e mulheres nas diferentes atividades económicas, tendo como base os dados obtidos através dos quadros de pessoal, referentes a 2011 (os últimos disponíveis à data da elaboração do documento).
A diferença salarial entre homens e mulheres foi analisada relativamente à remuneração média mensal e ao ganho médio mensal (que contém outras componentes do salário, como compensação por trabalho suplementar, prémios e outros benefícios), tendo em conta o sexo, idade, nível de habilitação literária e nível de qualificação.
O estudo alerta que “há manifestas tendências para se estabelecer um padrão de diferenciação salarial entre homens e mulheres, em desfavor destas”.
Entre os quadros superiores a diferença é ainda maior: o rácio entre a remuneração das mulheres e dos homens era, em 2011, de 72,2% para a remuneração média base e de 71,2% em relação à média do ganho.
Uma desvantagem que também se manifesta ao nível da escolaridade, sendo menor para quem tem habilitações inferiores (86,9% na remuneração média de base e 82% no ganho), enquanto as mulheres com o ensino superior ganham 69,7% na remuneração média de base e 69,1% no ganho, face aos homens com a mesma habilitação.
Conclusões que demonstram que a igualdade está longe de ser uma batalha ganha pelas mulheres portuguesas, daquelas que mais trabalham na União Europeia.