Ao ver aproximar-se uma voluntária da FIFA, vestida de enfermeira, Diego Maradona estendeu-lhe a mão e encaminhou-se sorridente para o controlo antidoping, como se tivesse conquistado uma nova namorada. A Argentina acabara de derrotar a Nigéria, no segundo triunfo no Mundial de 1994, realizado nos Estados Unidos da América, e praticamente sentenciava o apuramento para os oitavos-de-final. Enquanto abandonava o relvado com ar de gingão, o astro argentino piscou o olho à sua mulher, presente nas bancadas do Estádio Foxboro, em Boston, confiante de que passaria sem mácula no teste. Erro de cálculo: um suplemento que começara a tomar há pouco tempo continha efedrina, substância proibida, e foi imediatamente expulso da competição.
“Não corri pela droga, corri pela camisola”, garantiu Maradona, ainda em solo norte-americano, depois de jurar pelas filhas que não tinha consciência de estar a utilizar um produto ilegal. Suspenso do futebol por 15 meses, não voltaria a representar a seleção alviceleste ‒ que havia carregado às costas rumo ao título mundial no México 1986 e à final no Itália 1990.