Ema Alves, 12 anos, não sabia que era míope. Foi durante uma consulta de rotina, quando a oftalmologista lhe tapou um dos olhos e lhe pediu para dizer as letras do quadro, que ela lançou um “Não vejo nada”, recorda a mãe, Maria João Rodrigues. Por ter 0,25 dioptrias no olho direito e 1,25 no olho esquerdo, nunca notou que via mal ao longe – um equilibrava o outro. Nem quando usava a máquina fotográfica do pai, utilizando o olho esquerdo para focar, se apercebeu. Porquê? Porque usava as dioptrias da máquina (as boas máquinas fotográficas permitem acrescentar dioptrias às lentes) que o pai tinha posto, porque também ele é míope.
Há dois meses que esta aluna do 7º ano da Escola de São Julião da Barra, em Oeiras, usa óculos. Ema já estava à espera de, um dia, vir a ter miopia. Sempre viu o pai e a avó paterna de óculos e já lhe tinham dito que a genética tem influência. Mas não esperava que fossem uns óculos especiais. Explique-se: a adolescente usa lentes de desfocagem periférica. São óculos como os outros, absolutamente banais no aspeto estético, mas com lentes cujo objetivo é retardar a progressão da miopia. Uma novidade com resultados positivos e que chegou este ano a Portugal. A ideia é atingir a idade adulta com uma miopia não muito alta, evitando doenças mais graves.
