Olivia Pratt-Korbel morreu esta segunda-feira à noite, com 9 anos, depois de ter sido baleada no peito por um homem que entrou pela sua casa num bairro em Liverpool, Inglaterra, enquanto perseguia uma outra pessoa. A mãe da menina, Cheryl Korbel, de 46 anos, também foi atingida, tendo sofrido apenas ferimentos ligeiros no pulso.
Após ter ouvido vários barulhos vindos do exterior, Cheryl Korbel abriu a porta de casa e, nessa altura, um homem de 35 anos, Joseph Nee, que estaria a tentar escapar de um outro que o perseguia, forçou a entrada e começou a correr para dentro da habitação. O segundo homem, que vestia uma balaclava preta, entrou em casa sem que a mãe de Olivia conseguisse trancar a porta a tempo e começou indiscriminadamente a disparar, atingindo a criança no peito.
Olivia foi levada ainda com vida para o hospital pediátrico Alder Hey com ferimentos no tórax, mas não resistiu. O fugitivo, que também foi atingido na parte superior do corpo, foi entretanto levado para um hospital por amigos que conduziam um veículo privado, entretanto apreendido pelas autoridades.
Nenhum dos dois homens tem qualquer ligação à família de Olivia, afirmam as autoridades.
Investigações casa a casa
O atirador, que está neste momento em fuga, terá disparado contra dois homens que caminhavam pelas redondezas, o que provocou a sua fuga, sendo que um tentou refugiar-se na casa de Korbel. A polícia de Merseyside já confirmou que Nee, suspeito de ter sido o alvo do tiroteio, foi detido no hospital por, supostamente, violar os termos da liberdade condicional que lhe tinha sido concedida, por “mau comportamento”.
O homem foi detido em julho de 2018, ficando preso durante 45 meses, depois de ser acusado de crimes relacionados com roubo, roubo de veículo rodoviário e condução perigosa e sem carta de condução, segundo o jornal Liverpool Echo. Terá sido libertado antes de cumprir a totalidade da pena, no ano passado, ficando em liberdade condicional. Agora, terá de cumprir a pena completa, afirmam as autoridades.
Também estão a decorrer investigações nas casas do bairro e arredores do local onde o tiroteio aconteceu e as câmaras de vigilância estão a ser verificadas. “Este não é o momento para quem sabe quem foi o responsável ficar em silêncio. É o momento para todos fazermos de Merseyside um lugar onde o uso de armas nas nossas ruas é totalmente inaceitável e os que as usam são responsabilizados”, afirmou em declarações aos meios de comunicação locais o superintendente Mark Kameen, detetive principal do caso.
O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, reagiu à morte da menina no Twitter, referindo que o tiroteio foi “horrível” e que os seus pensamentos estavam com a família de Olivia e com “o povo de Liverpool”. Também Joanne Anderson, mayor de Liverpool, escreveu que “alguém sabe quem fez isto”, pedindo ainda que fossem partilhadas todas as informações relevantes às autoridades, “pela Olivia e pela segurança” da cidade.
Olivia Pratt-Korbel, que frequentava a escola católica St Margaret Mary, em Huyton, era, de acordo com a diretora Rebecca Wilkinson, uma menina “bondosa e feliz”, esforçada e pronta a “ajudar os outros”. ” Tinha um sorriso lindo, um adorável sentido de humor e uma personalidade borbulhante”, disse, em declarações à Sky News.