A nova rede social BeReal, disponível para Android e iOS, propõe-se a mostra fotografias sem filtros e que permitam ter uma visão realista do que os seus amigos fazem diariamente.
A proposta desta nova plataforma foi criada em França há dois anos por Alexis Barreyat e Kévin Perreau, com o objetivo de fazer frente a duas das maiores redes sociais de hoje em dia, o Instagram e o Tiktok.
“Todos os dias num horário diferente, todos são notificados simultaneamente para capturar e partilhar uma fotografia em dois minutos. Uma forma nova e única de descobrir quem são os verdadeiros amigos na vida diária”. É este o mote da mais recente rede social que está a conquistar os internautas nos últimos meses.
Os utilizadores que perdem o prazo de dois minutos, podem, por sua vez, tirar a fotografia com atraso. Quem não tirar a fotografia diária não consegue aceder ao conteúdo publicado pelos amigos. Esta aplicação não tem filtros, gostos, partilhas e monitorização de seguidores. Só é possível reagir às publicações dos amigos com os RealMojis, o recurso que estimula o utilizador a tirar uma fotografia a imitar os tradicionais emojis.
Anunciada como “anti-Instagram”, por só permitir “fotos reais”, a plataforma social popularizou-se no último mês, o melhor até agora, com os downloads globais a atingirem os 22,8 milhões. Esta ascensão ocorre, precisamente, num momento em que o domínio da empresa Meta (que inclui as redes sociais Facebook e Instagram) está a ser desafiado pela app vizinha Tiktok.
O problema em manter a plataforma
Embora seja uma rede social muito recente, o BeReal já conta com os seus problemas. A aplicação sofreu várias falhas técnicas, que resultaram em muitas reclamações por parte dos utilizadores. A falha ocorreu após a explosão de downloads e muitos utilizadores viram-se obrigados a fechar e reiniciar a aplicação várias vezes.
À medida que cresce, o BeReal tem de encontrar formas de se manter atualizado para que o feed dos utilizadores não fique estagnado, já que só podem colocar uma fotografia por dia.
Deste modo, embora a premissa seja a de uma experiência mais autêntica, o método atual da aplicação dessa ideia pode precisar de evoluir. “A premissa de contrariar o post estilizado, encenado, perfeccionista e grande influenciador é sustentável, mas a ideia de tirar uma fotografia num espaço de tempo aleatório de dois minutos pode ficar velha”, refere Niklas Myhr, professor associado clínico de marketing na Chapman University, Califórnia.
“Após alguns meses ou anos na plataforma, poderá ficar satisfeito com os amigos que tem e deixar de procurar fazer crescer a rede e o envolvimento pode diminuir se não existir tanta novidade”, acrescenta o professor.
Dando o exemplo de redes sociais como o Snapchat e o Clubhouse, Myhr afirma que as plataformas tendem a criar as suas próprias versões da ideia original. “O Clubhouse está a ter dificuldades, já que cinco ou seis redes estão a fazer a mesma coisa com o áudio social”, diz o professor. De recordar que em 2021, o Twitter adicionou salas de chat por áudio, após o Clubhouse explodir nos downloads.