Vânia Maia, jornalista da VISÃO, venceu o Prémio Lorenzo Natali, na categoria Europa, com uma reportagem sobre a exploração de trabalhadores imigrantes, em Odemira. Publicada a 6 de maio de 2021, a peça aborda o esquema de contratação precária e as condições muitas vezes desumanas em que vivem estas pessoas. Em grande parte dos casos, não dominam sequer a língua portuguesa, o que lhes complica ainda mais a relação laboral.
O Prémio Lorenzo Natali, criado há 30 anos pela Comissão Europeia, pretende distinguir “a coragem de jornalistas cujas histórias fazem luz sobre desafios comuns que o planeta e as pessoas enfrentam”. A categoria Europa diz respeito a trabalhos publicados em meios de comunicação social da União Europeia.
“Maia dá a conhecer a exploração, a miséria e as condições precárias nas quais os imigrantes ilegais vivem na Europa. O sofrimento dos trabalhadores em Odemira, Portugal, é uma história local com uma ressonância universal”, lê-se no comunicado de imprensa da Comissão Europeia.
Nesta edição de 2022, estiveram a concurso mais de 500 peças jornalísticas elegíveis, que a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade de Navarra, em Espanha, a Universidade Saint-Joseph de Beyrouth, no Líbano, e a universidade Vesalius College, na Bélgica, se encarregaram de selecionar de forma a reduzir o leque de candidatos.
A escolha final, que inclui ainda as categorias de Grande Prémio e de Prémio de Melhor Jornalista Emergente (menos de 30 anos), ficou a cargo do Grande Júri, constituído por cinco personalidades ligadas ao jornalismo, entre as quais a timorense portuguesa Maria Ângela Carrascalão.
O Grande Prémio foi atribuído à freelancer Ritwika Mitra, por um trabalho sobre o efeito das alterações climáticas no tráfico de crianças na Índia, enquanto Rémi Carton e Paul Boyer, do jornal francês Libération, partilharam o prémio para jornalistas jovens, com um artigo sobre as crianças escravas no Haiti.