“Os comerciantes sentiram-se lesados”, anuncia a jornalista da RTP sobre restrições ao trânsito na Rua Garrett, no Chiado, questionando um lojista sobre o fluxo de clientes. “Deixaram de vir um bocadinho, porque não tinham onde estacionar os seus carros, nem podiam passar como passavam até aqui”, responde o comerciante. “As pessoas gostam de passar nos carros e apreciar as montras”, queixava-se outro. A reportagem não é de 2022, mas de 1971. Um dos vários exemplos de como a resistência a limitações de circulação automóvel nos acompanha quase desde a chegada dos carros às estradas.
O mais recente exemplo nasceu com a aprovação da proposta do Livre para reduzir em 10 km/h a velocidade máxima em todos os pontos de Lisboa e encerrar a Avenida da Liberdade aos domingos e feriados. O objetivo é desincentivar a utilização do carro, reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a emissão de gases com efeito de estufa e reforçar a segurança rodoviária.