O sorriso de Isabel II, quando desembarcou de um bergantim real, com o marido, príncipe Filipe, no Cais das Colunas, em Lisboa, a 18 de fevereiro de 1957, no início da sua primeira visita de Estado a Portugal, não era apenas de circunstância. Era também impelido por alívio e genuína felicidade. A jovem monarca, então com 30 anos, acabara de passar pela primeira grave crise do seu reinado, sem poder contar com o apoio emocional de Filipe, que se encontrava ausente da Europa num longo périplo por Estados da Commonwealth. Seria em Portugal que Isabel II recobraria forças, quando, por fim, teve o marido a seu lado, após quatro meses de separação forçada.
Enquadre-se: na sequência da nacionalização do canal do Suez, pelo Presidente egípcio Gamal Nasser, e cujo controlo ainda pertencia à Inglaterra, Israel declarou guerra ao país dos faraós, a 29 de outubro de 1956, com o apoio da França e do Reino Unido. Os combates duraram apenas até 7 de novembro, quando as pressões políticas dos EUA, da então União Soviética e da ONU obrigaram à retirada dos invasores. Com a desastrada intervenção no Suez, a Grã-Bretanha sofreu “uma grave humilhação diplomática nas Nações Unidas”, diz o historiador Pedro Aires Oliveira, especializado em relações internacionais. Tiraram o devido proveito, no Médio Oriente, os EUA e a URSS.