Um novo estudo japonês dá conta de mais uma habilidade dos gatos: estes animais, quando parados, conseguem identificar a localização dos donos utilizando apenas as suas capacidades auditivas. Os gatos têm orelhas sensíveis que se movem em diferentes direções e essa caraterística pode ter várias funções e foi a partir daí que Saho Takagi, estudante de doutoramento na Universidade de Quioto, começou a investigar as potencialidades das orelhas destes animais.
Em declarações à CNN, a investigadora explicou que neste estudo, realizado em casa e num café de gatos, tentou perceber se os gatos são capazes de “mapear a posição espacial do seu dono a partir de sons”. Sem qualquer pista visual, os gatos foram analisados a reagirem à voz dos seus donos, com uso de altifalantes que reproduziam uma gravação com as suas vozes, a chamarem pelos gatos. A equipa colocou os vários altifalantes fora da vista dos gatos e separados uns dos outros e tentou perceber como os animais respondiam a esses sons.
Ao mesmo tempo, foi pedido a um grupo de pessoas não especialistas em comportamento animal que classificassem, de 0 a 4, o nível de surpresa destes animais tendo por base comportamentos como movimentos das orelhas e cabeça. Conclusão: os animais ficaram surpreendidos quando os donos pareceram “teletransportar-se” de um lado para o outro, o que significa que os gatos podem conseguir imaginar mentalmente onde os donos estão através de pistas sonoras.
De acordo com o estudo, a capacidade de criar imagens mentais com base em sons e outros estímulos indica um pensamento complexo, tendo sido demonstrado pelos investigadores que os gatos têm este tipo de habilidade. “Esta habilidade que é a base da criatividade e da imaginação”, referiu Takagi, acrescentando que os gatos mostraram ter uma mente mais profunda do que se pensa.
A investigação pretende realçar, também, o facto de os gatos, tipicamente associados a uma maior independência relativamente aos cães, poderem criar vínculos fortes com os donos. “Geralmente, acredita-se que os gatos não estão tão interessados nos seus donos como os cães, mas o que acontece é que eles representam nas suas mentes a presença invisível dos donos”, explicou a investigadora principal do estudo.