“Caída no chão, Idalina não tinha forças para mexer um único músculo do seu corpo. Não conseguia ver. Não conseguia ouvir. Não conseguia falar. Aos poucos, começou a dar-se conta de uma voz longínqua que, insistentemente, lhe perguntava: “Mãe, estás viva?”. A filha de 7 anos tinha assistido, aterrorizada, ao seu espancamento às mãos do pai”.
Assim começa o artigo agora premiado na categoria de Imprensa/Online pelo Fórum Sobre os Direitos das Crianças e dos Jovens, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores. “Mãe, estás viva?”, da autoria da jornalista Vânia Maia, foi publicado na edição de 11 de junho de 2020 da revista.
A distinção foi atribuída em ex aequo à VISÃO e ao jornal Público, por vários trabalhos sobre mutilação genital feminina da autoria de Aline Flor.
Foram ainda entregues duas Menções Honrosas, a André Carvalho Ramos, por um artigo publicado na página online da TVI (“Sobreviveram à Guerra e à travessia do mar, agora têm medo de morrer com Covid-19”) e, também, a Joana Gorjão Henriques (Público) por um conjunto de reportagens sobre filhos que testemunharam contra os pais em tribunal e crianças vítimas de violência doméstica.
A imprensa regional foi distinguida com uma Menção Honrosa concedida a um trabalho do jornal Almadense, “No Segundo Torrão há uma ‘Fábrica’ especial que sonha reabrir”, da autoria de Maria João Morais
O prémio Os Direitos da Criança em Notícia distingue, igualmente, trabalhos de Rádio e de Televisão.
Celina Faria, com a reportagem “Escola sem abraços”, e Sandra Henriques, com “Brincar é uma coisa muito séria”, ambas da Antena 1, venceram, em ex aequo, o 1.º prémio de Rádio.
Também na TV o prémio foi dividido entre duas vencedoras: Carolina Reis (SIC), com “O conteúdo somos nós” e Miriam Alves (SIC), autora de “Pandemia – O Espaço entre nós”.
Houve ainda uma Menção Honrosa para outra jornalista da SIC, Catarina Marques, pelo trabalho “Mães sem teto, filhos sem chão”.
Esta foi a 7.ª edição do prémio Os Direitos da Criança em Notícia, criado com o objetivo de distinguir trabalhos jornalísticos “sobre temáticas ligadas à infância e juventude, tendo sempre presente os direitos estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos das Crianças da ONU”.
O júri é composto pelo jornalista Adelino Gomes e pelas professoras Cristina Ponte (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e Lídia Marôpo (Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal).
Os prémios foram entregues esta segunda-feira, dia 7, no LU.CA – Teatro Luís de Camões, em Lisboa.