As condições meteorológicas extremas levaram à morte de 21 atletas que participavam, no passado sábado, 21, numa ultramaratona de 100 quilómetros numa montanha a nordeste da China. Mas, a par deste balanço negro, há uma história com final feliz e que já se tornou viral na rede social chinesa Weibo: um pastor que conseguiu salvar seis participantes.
Zhu Keming é o nome do “herói” que naquele dia estava a pastar as ovelhas na montanha Huanghe Shilin, na província de Gansu, onde decorria a ultramaratona. O dia, que começou soalheiro, viu por volta da 13h uma súbita mudança meteorológica. “O tempo nesse dia estava bastante fora do vulgar. Estava nevoeiro, chuva, vento e às vezes até granizo. Esse tipo de tempo é extremamente raro”, contou o pastor à Radio Nacional Chinesa.
Esta mudança levou Keming a procurar abrigo numa gruta que tinha preparado no local para o caso de emergências, onde guardava madeira e alguma roupa. Por sorte de alguns corredores, esta fica perto do trilho da ultramaratona. O pastor recorda à rádio ter visto o primeiro atleta por entre o nevoeiro: “Vinha a uma velocidade bastante lenta e estava a esfregar as pernas com as mãos. Disse que não conseguia correr mais por causa de uma cãibra nos músculos. Então disse-lhe ‘vem aquecer-te na gruta’”. Mais cinco ultramaratonistas lhe seguiram, sendo que o sexto foi encontrado pelo pastor deitado no trilho.
Ao ver a história tornar-se viral e como as pessoas se referiam a ele como um “herói”, Keming recorreu às redes socias escrevendo que o que fez tinha sido “bastante normal”.
O imprevisto meteorológico levou a que muitos atletas acabassem por reportar sintomas de hipotermia, enquanto outros foram dados como desaparecidos. A organização do evento viu-se obrigada a cancelar a corrida e a lançar uma equipa de resgate de 1.200 pessoas para os encontrar no perigoso trilho, uma operação que se prolongou pela noite. No domingo, 23, tinham sido dados como salvos 151 dos 172 participantes, oito destes tiveram de ser assistidos no hospital, e 21 acabaram mesmo por perder a vida. O governo da província de Gansu informou na segunda-feira, 24, à Televisão Central da China, que será realizada uma investigação sobre o incidente.