Depois da polémica, a Comissão Promotora do desfile comemorativo do quadragésimo sétimo aniversário da Revolução de abril que vai decorrer na Avenida da Liberdade, em Lisboa, decidiu na última sexta-feira abrir o evento a todos os interessados em participar, caso tenham feito a inscrição até às 15 horas deste sábado e cumprindo todas as regras sanitárias impostas devido à Covid-19. Além disso, terão de subscrever o texto sobre o 25 de abril em defesa dos trabalhadores e das pessoas mais vulneráveis.
Ainda assim, a Iniciativa Liberal decidiu que vai manter o seu próprio desfile, considerando que a abertura ao evento a todas as entidades não foi realizada atempadamente e que esta alteração apenas aconteceu devido às críticas feitas à Comissão Promotora.
“Esta posição da Comissão Promotora é tardia e só acontece porque a sua decisão sectária da semana passada foi fortemente criticada tendo gerado a mobilização de muitos membros e simpatizantes da Iniciativa Liberal cujas expectativas não iremos agora gorar”, refere o partido, numa nota enviada à Lusa. A concentração está, então, marcada para este domingo às 14 horas, no Saldanha e, de acordo com o partido, vai ter a presença de pelo menos 150 pessoas. Uma hora depois, o desfile desce a Avenida Fontes Pereira de Melo em direção ao Marquês de Pombal. Pelas 16h30, começa a descida da Avenida da Liberdade.
Já o desfile organizado pela Comissão Promotora, constituída por mais de 40 entidades e que esteve reunida na última sexta-feira à tarde durante quatro horas, tem início às 15 horas, a partir da Avenida da Liberdade. Em declarações à SIC Notícias, Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, afirmou que, ao contrário do que foi dito, não foi a associação a autora da decisão relativamente ao desfile deste domingo, acusando a Iniciativa Liberal e outras forças políticas de especulação e distorção. “Aceitámos a decisão praticamente unânime da Comissão Promotora e assumimos essa responsabilidade, de dar a cara em nome da Comissão”, referiu.
No ano passado, os 46 anos do 25 de Abril foram celebrados sem desfile e com uma sessão solene reduzida no parlamento. A decisão de manter a sessão solene na Assembleia da República em pleno estado de emergência criou grande polémica, com a criação de duas petições, uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, que juntaram centenas de milhares de assinaturas.