Impedido de sair à rua num contexto de pandemia e distanciamento social, o cortejo anual das Cavalhadas de Teivas – uma festa típica do distrito de Viseu – encontrou forma de aliar a tradição às restrições de Covid-19. Com o intuito de confecionar o maior vestido do mundo, utilizando como modelo a indumentária da “morgadinha de Teivas”, a Associação Cultural, Recreativa e Social de Teivas (ACRST) decidiu pôr mãos à obra, num projeto que se prolongou por mais de dois meses.
Alexandra Sá, presidente da ACRST e responsável pela confeção do vestido, lembra o momento em que decidiram honrar as celebrações com a implementação de um recorde: “Num dos dias em que andávamos pela freguesia na recolha de telhas [outra tradição de Viseu], um dos elementos da associação, o Rui Rodrigues, lançou-me a ideia de construir um vestido em tamanho considerável para uma eventual candidatura ao Guinness, alusivo à dança da morgadinha”.
Resultado do trabalho de mais de 20 voluntários, a réplica em grande escala foi construída de acordo com as medidas de prevenção para a propagação de Covid-19. Com o trabalho dividido entre costureiras e uma empresa local responsável pela criação da estrutura metálica que modelava a peça, Alexandra Sá garante: “Houve um grande cuidado da nossa parte, até porque outras dinâmicas da associação deixaram de existir pela impossibilidade de grupos de pessoas poderem permanecer no mesmo local.”
Com 8,1 metros de altura e um perímetro de cintura de 5,32 metros, o vestido verde, vermelho e dourado encontra-se exposto na praça do Rossio, em Viseu. A Áustria detém atualmente o recorde do Guinness para maior vestido do mundo, com uma peça de 7,3 metros de altura.
Por agora, resta esperar que a medição seja reconhecida pela entidade que certifica os recordes mundiais – uma resposta que demora normalmente entre “duas e três semanas”.