Em entrevista exclusiva à SIC, a mãe revelou nunca ter notado qualquer tipo de abuso quer por parte do pai, quer por parte da madrasta e que Valentina se mostravam entusiasmada por estar com ambos.
Com o início do estado de emergência e com a adoção do regime de ensino à distância, Valentina foi morar para casa do pai, onde teria melhores condições para acompanhar a telescola.
Durante os dois meses em que se encontrava na casa do pai, Valentina estabelecia contacto com a mãe via telefone. Sem qualquer sinal de preocupação, Sónia não suspeitava da atrocidade que viria a acontecer na manhã de dia 6 de maio.
Revelou, entre lágrimas, que soube da morte da filha pela televisão. “A minha tia tinha a televisão ligada (…) O corpo tinha sido encontrado, tinha sido o corpo da Valentina. Eu disse à minha tia que não, que não era a minha filha que estava ali, que não podia ser, que a minha filha tinha de estar viva.”
No final da entrevista, Sónia confessou achar que a filha pode ter visto algo que o pai queria esconder. “Penso que foi alguma coisa que ela viu que se passou dentro da casa dele. E ele com medo que ela dissesse, calou-a.”
Foi a 7 de maio que Sandro Bernardo, pai de Valentina, reportou o desaparecimento da filha. Três dias depois, o próprio indiciou à Polícia Judiciária o local onde tinha escondido o corpo, um eucaliptal na zona de Serra d’El-Rei.