Uma das formas mais eficazes de prevenir doenças contagiosas passa por ter cuidados básicos de prevenção, como lavar as mãos. O princípio aplica-se às crianças, em casa e na escola, aos técnicos de saúde e à população de um modo geral. Com os receios do novo Coronavírus em alta, à escala global, e a ganhar terreno no continente europeu, ganham expressão e pertinência os resultados da sondagem divulgada há cinco anos pela WIN/Gallup, feita em colaboração com empresas de estudos de mercado do mundo inteiro, sobre o hábito de lavar as mãos com sabão em 63 países.
Os dados, recolhidos a partir de inquéritos, surpreendem pelo facto de Portugal ficar em terceiro lugar nesta prática, ex aequo com a Grécia, entre os países europeus, com 85% dos inquiridos a afirmarem que o faziam automaticamente após usarem a casa de banho. Melhores neste campo, só mesmo os habitantes da Turquia (94%) e da Bósnia e Herzegovina (96%).
À luz destes dados, a Holanda e a Itália parecem ser, na Europa, os países em que menos se cultiva o hábito de usar a torneira e o sabão, ou seja, apenas metade dos holandeses e 57% dos italianos dedicam alguns momentos a esta prática após fazerem as suas necessidades. Espanhóis e franceses ficam um pouco melhor na fotografia, mas não vão além dos 62%, o que os coloca atrás do Reino Unido (75%).
Em pleno século XXI, em que abundam os estudos sobre os benefícios preventivos deste ritual de higiene capaz de eliminar bactérias perigosas em mais de 80% dos casos – embora se reduza para menos de 50% se apenas passar as mãos por água, sem usar sabão comum – não deixa de surpreender que o hábito de lavar as mãos não esteja tão enraizado como seria desejável, especialmente em países com a chancela de ‘desenvolvidos’ e, pelo menos aparentemente, zelosos das suas práticas de higiene e segurança.