Quando não há escolas, há que usar a imaginação para ensinar. Num país devastado pela guerra como a Síria foi isso que um grupo de professores fez. Os docentes transformaram dois autocarros em salas de aula para levar as letras e os números a crianças entre os 5 e os 12 anos que, por força da guerra, vivem agora em locais rurais isolados.
Este projeto piloto, que pretende ajudar mil estudantes, oferece o mesmo currículo que qualquer escola da zona, como aulas de árabe, inglês, matemática, pintura ou canto.
Desde que, em 2011, se iniciaram protestos pró-democracia, inspirados pela chamada Primavera Árabe, a que o regime de Bashar Al Assad ripostou com fogo, não mais pararam os conflitos violentos. Em 2013, o auto proclamado Estado Islâmico começou a reivindicar territórios na Síria e a morte passou a fazer parte do dia a dia.
Em oito anos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, morreram mais de 370 mil pessoas, 112 mil das quais civis, e cinco milhões fugiram, sobretudo, para a Jordânia, Iraque, Líbano e Turquia.
Internamente, 2,6 milhões de crianças foram deslocadas depois das suas casas, ruas e cidades inteiras terem sido massivamente bombardeadas e transformadas num monte de escombros.