A seca e as políticas fracassadas para tentar evitar o que tem sido descrito como um “desastre ambiental em câmara lenta” podem acabar com esta atração turística intrinsecamente ligada à religião.
Além das fábricas que extraem minerais evaporando a água, o crescimento da população e, consequentemente, uma maior procura de recursos hídricos têm contribuído para o desastre ambiental.
O Rio Jordão – onde Jesus foi batizado – é hoje um pálido reflexo do que foi outrora e o Mar da Galileia também está muito abaixo do nível que deveria ter.
A costa descoberta revela terra rachada e ressequida em locais onde a água, em tempos, passava a rodos entre a Jordânia, a Cisjordânia e Israel. Os sinais desoladores estão por todo o lado, conta a reportagem da Sky News.
A erosão criou poços secos que, sob o sol tórrido do Médio Oriente, tornam o local inacessível. Alguns resorts tiveram de fechar e outros, construídos à beira mar há algumas décadas, têm, agora, de levar os turista de trator até ao mar.
Ofir Katz, ecologista do Mar Morto e do Centro de Ciências Arava, diz, à Sky News, que o que está a acontecer é catastrófico: “É uma lição para todos: não brinquem com a natureza, ela vencerá sempre e nós perderemos sempre.” E acrescenta que “se continuarmos a tirar água doce da natureza do Mar da Galileia, do Rio Eufrates ou do Nilo, vamos acabar por arruinar o meio ambiente local”.
O Mar Morto é uma grande atração turística: os visitantes gostam de balançar nas águas salgadas e untar-se com lama porque, dizem, têm propriedades curativas.
O ambientalista Gidon Bromberg, da Ecco Peace, atribui responsabilidades: “O desaparecimento do Mar Morto é o reflexo da insustentabilidade dos recursos hídricos de toda a região e é causado pela concorrência entre Israel, Jordânia e o norte da Síria pela água”.
Tanto do lado de Israel como da Jordânia, a indústria dos minerais continua em marcha e sem sinais de abrandamento.
Segundo Gidon é mais importante do que nunca trabalhar em conjunto e recorrer às plantas de dessalinização, por exemplo. É urgente tratar do assunto ou “surgirão mais conflitos por causa dos recursos hídricos cada vez mais escassos”, acrescenta.