O tema da inclusão continua a dar azo a várias discussões e se há uma que tem animado a Internet nos últimos dias é que partiu da terminologia usada no novo guia para sexo seguro destinado à comunidade LGBTQIA (acrónimo mais inclusivo do que o LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros porque incluiu também os interssexuais e assexuais) lançado pelo popular site de saúde Healthline.
No início da semana, multiplicaram-se as notícias a dar conta de que o Healthline propunha substituir a palavra “vagina” pela expressão “buraco da frente”, obrigando o site a publicar um esclarecimento: a ideia não é substituir “vagina”, mas sim, e apenas para uso em diálogo com os companheiros ou médicos, oferecer uma alternativa para quem não se identifica com o termo. “Em nenhum momento neste guia estamos a afirmar que queremos substituir a palavra νagina”, lê-se.
O Healthline explica que a comunidade LGBTQ não se sente representada nos materiais existentes destinados à educação sexual, onde “desnecessariamente”, se refere “partes femininas” e “partes masculinas” e “sexo com homens” e “sexo com mulheres”, “excluindo os que se identificam como binários”.
“A noção de que o pénis é exclusivamente uma parte do corpo masculino e a vulva exclusivamente uma parte do corpo feminino é incorreta”. Com essa teoria em mente, sempre que, no guia, se fala de “vagina”, fala-se também de “buraco da frente”.
Os autores recordam ainda que a origem do termo está num estudo publicado no BMC Pregnancy and Childbirth, em que foi pedido a homens transexuais que sugerissem linguagem mais inclusiva, tendo surgido então o termo “buraco da frente”.