Um barco com 40 migrantes a bordo está há duas semanas no Mediterrâneo sem poder atracar porque quatro países recusaram a sua entrada.
Malta, França, Itália e Tunísia negaram a possibilidade de o Sarost 5, um navio de abastecimento com bandeira tunisina, parar num dos seus portos. O barco, que está agora a três quilómetros de Zarzis, na costa da Tunísia, tem mantimentos e água para “três ou quatro dias”, disse um membro da tripulação à CNN.
O Crescente Vermelho, uma organização internacional de ajuda humanitária, esteve a bordo na quarta-feira, e descreveu a situação como de “crise”, nomeadamente no que diz respeito à saúde.
Os 40 migrantes, entre eles duas grávidas, foram resgatados no dia 13 de um barco de madeira que estava em dificuldades enquanto atravessava o Mediterrâneo, tendo partido da Líbia.
Aliguo Gift, de 23 anos, proveniente da Guiné, gravou um vídeo que o segundo-comandante do navio divulgou.
“Imploramos às pessoas que nos ajudem. Deixámos os nossos países porque precisamos de ajuda e lá não temos ajuda, foi por isso que saímos. Não é fácil para nós. Precisamos do vosso apoio e da vossa ajuda”, disse.
Um outro migrante, Febnchak Yukbuin Landry de 28 anos, contou, também através de vídeo, a sua história numa prisão da Líbia, onde foi torturado e vendido três vezes. “Sabem… estar aqui não é o que queríamos. Decidimos sair no momento em que a humanidade não nos quer ajudar. Honestamente, estamos impressionados. O nosso nível de vida é muito, muito deplorável. Vivemos muito mal. Estamos todos mortos”, afirmou.
No início da semana, a Comissão Europeia disse estar disposta a pagar €6 mil por cada migrante que os países deixassem entrar. Mas a diplomacia parece estar num impasse e sem solução à vista.