O Governo Regional da Madeira já coligiu mais pormenorizadamente os dados referentes aos emigrantes da Venezuela que regressaram dada a grande instabilidade naquele país.
Se há uns meses o número apontado era de cerca quatro mil regressos, agora confirma-se, já que mais dados foram cruzados e houve pais que inscreveram os filhos na escola.
“Há muitas pessoas que regressaram e que têm uma rede familiar de apoio, se não recorrerem às instituições públicas e organismos do Estado, não temos como sinalizá-las”, refere fonte do gabinete do Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus.
Entre julho e agosto os casos contabilizados estavam entre os 3 400 a 3 500, por isso, agora, “andarão nos quatro mil”.
Ao Gabinete de Apoio ao Emigrante da Venezuela (GAEV) têm chegado várias situações que o Governo regional tenta resolver, como por, exemplo o reconhecimento de competências académicas e os pedidos de nacionalidade da 2ª e 3ª geração de emigrantes na Venezuela. Há, também, cerca de 10 casos de reformados que têm exigido um rigoroso apuramento dos factos.
Estas pessoas eram pensionistas na Venezuela, mas regressaram à Madeira porque o Estado venezuelano deixou de lhes pagar. Como, em Portugal, não é possível atribuir prestações sociais quando existem rendimentos de pensões de outros países, o GAEV está a analisar, juntamente com a Segurança Social, uma forma de poderem receber o Rendimento Social de Inserção ou uma pensão de sobrevivência.
Por outro lado, os pedidos de habitação social dos emigrantes obrigam a um equilíbrio fino, pois há requerimentos da comunidade local e “ninguém pode sair prejudicado”, referem-nos do gabinete do Secretário Regional. Os 100 pedidos que já foram feitos por emigrantes regressados estão ser cruzados com os já existentes para que não haja casos de “injustiça”.
Também o Centro de Emprego local recebeu mil inscrições de emigrantes que procuram trabalho.
Recorde-se que a Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, vive uma situação de caos social. Há falta de um pouco de tudo, desde medicamentos a comida, a inflação galopante, que o FMI estima que será de 2 000% em 2018, leva a que os salários não passem de molhos de notas quase sem valor.