Lindsay Aitchison nasceu no Texas e foi numa visita ao Johnson Space Center que decidiu o que queria fazer no futuro. Ela queria trabalhar para a NASA, e conseguiu. Aitchison tirou a sua licenciatura em Engenharia Mecânica na Universidade de Purdue, o mestrado em Engenharia de Fatores Humanos na Wright State University, e no meio disto tudo, ainda teve tempo para cinco estágios na NASA.
Hoje, é a responsável pelo design dos fatos espaciais mais avançados da agência norte-americana. Atualmente, a sua equipa está a trabalhar num protótipo, o fato Z-2. É ligado com luzes chamativas eletroluminescentes, possui um torso constituído por um material duro e custa nada mais nada menos que 4,4 milhões de euros. Está desenhado para facilitar a exploração em Marte, na Lua, e em muitos outros lugares onde uma nave espacial possa chegar. É feito de um material flexível nas mangas e nas calças para permitir aos astronautas inclinarem-se para apanharem amostras do chão.
O protótipo deste novo fato pesa quase 70kg e destaca-se por ter uma diferença significativa relativamente aos formatos mais antigos. Numa altura em que metade dos astronautas estagiários da NASA são mulheres, a compatibilidade dos fatos com o corpo feminino passou a ser uma prioridade.
“Se sabem alguma coisa sobre design de roupas, sabem que as mulheres não são apenas pequenas versões dos homens. Mais óbvio ainda, os peitos das mulheres podem atrapalhar.”, disse Aitchison ao Racked.
A inspiração de Aitchison surge de diversos sítios. Depois de ler na revista TIME a lista das melhores invenções de 2010, questionou-se se o spray-on poderia ser adaptado para reparar os fatos no espaço. Quando ouviu que a ex-Pussycat Doll, a cantora Nicole Scherzinger, utilizou um vestido CuteCircuit que transmitia o feed do Twitter em tempo real, imaginou um fato espacial que transmitisse as instruções da missão no próprio fato.
Aitchison usufrui de alguns privilégios ao ter este trabalho, mas não pense que se trata de luxos. “Uma vez, eu pude testar fatos espaciais em diferentes ambientes e isso é de doidos”.
Apesar de trabalhar na NASA, Lindsay Aitchison tem uma vida normal. No seu tempo livre, lê a Vogue e vê comédias românticas. Nos dias de trabalho, acorda às 6h30, leva os cães à rua, toma o pequeno-almoço, e segue para as instalações da NASA, onde o ambiente é o normal entre engenheiros e cientistas. “Somos um bocado cromos. Diversão de cromos não é necessariamente divertido para toda a gente mas nós rimo-nos muito”, disse Aitchison.
E se sempre se questionou como é que os astronautas vão à casa de banho, esta designer tem a resposta. “Os nossos astronautas vestem o que é chamado um traje de absorvência máxima. Que é basicamente uma fralda, mas dizer isto não parece tão fantástico como chamar-lhe traje de absorvência máxima”.