Cientistas da Universidade de Oxford descobriram uma fórmula que desmente as teorias da conspiração mais famosas dos últimos tempos. O cálculo baseou-se na probabilidade de as conspirações falharem caso alguém revelasse a verdade (mesmo que sem querer), pesando o número de conspiradores envolvidos e o tempo que passou. David Grimes, líder da equipa, até foi otimista, assumindo que as pessoas são boas a guardar os segredos e que não existiam investigadores externos a tentar revelar a verdade.
Se Neil Armstrong não tivesse ido à Lua em 1969, a mentira seria desmascarada no espaço de 3,8 anos. Na altura trabalhavam 411 mil pessoas na NASA e para a teoria da conspiração durar até hoje, durante quase 50 anos, só 251 pessoas poderiam saber – e esconder – que a conquista espacial tinha sido encenada.
Outras teorias da conspiração têm questionado a veracidade das alterações climáticas. O físico de Oxford explicou também que este embuste teria durado apenas três anos e nove meses até ser descoberto, tendo em conta que trabalham 405 mil pessoas na área.
Em relação às teorias que dão conta de que os cientistas estariam a esconder uma cura para o cancro ou que a vacinação se relaciona com o autismo, o físico de Oxford foi perentório: “Enquanto acreditar na falsa aterragem na Lua é algo inócuo, acreditar na contrainformação acerca das vacinas pode ser fatal”.
Para construir a equação, David Grimes baseou-se em casos reais como o de Edward Snowden, que revelou informações secretas sobre o programa de vigilância a cidadãos norte-americanos. O caso envolveu 63 mil pessoas e foi descoberto em seis anos.
“Se quisermos resolver as várias dificuldades com que nos deparamos enquanto espécie, das mudanças climáticas à geopolítica, temos de aceitar a realidade com mais convicção do que as nossas crenças ideológicas”, conclui.