A maioria dos edíficios de escritórios é mantida a uma temperatura que é apenas confortável para o homem. Isto porque, conforme revelou um estudo agora publicado na revista científica Nature, as mulheres produzem menos calor corporal que os homens – em média as mulheres são mais pequenas que os homens e tendem a possuir menos músculo e mais gordura (e o músculo produz mais calor que a gordura) aumentado a probabilidade de se sentirem mais friorentas no local de trabalho.
Edíficios por todo o mundo seguem um modelo padrão definido nos anos 60 para espaços interiores pela Associação Americana dos Engenheiros do Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e Refrigeração, a maior associação internacional do setor. Este modelo baseia-se em fatores como a temperatura e a velocidade do ar, humidade relativa, roupa e metabolismo. O objetivo é haver um equílibro de calor entre o corpo e o ambiente, explicou ao Business Insider Boris Kingma, um biólogo da Universidade de Maastricht, na Holanda, e co-autor do estudo.
Os investigadores quiserem avaliar se o cálculo da temperatura interior ótima seria alterado com a inclusão dos dados relativos ao metabolismo feminino. Para isso, Kingma e os seus colegas mediram os ritmos metabólicos de um pequeno grupo de 16 mulheres jovens que trabalhavam sentadas a uma secretária. A conclusão foi de que os ritmos metabólicos destas mulheres eram mais baixos que os utilizados para calcular os valores do modelo dos anos 60.
As conclusões deste estudo sugerem que, além do género, as temperaturas padrão deveriam ter em conta a idade das pessoas, o seu tamanho e o tipo de trabalho que estão a fazer.
Reajustar o termostato seria benéfico não só para o aumento do número de pessoas satisfeitas com a temperatura ambiente, como também pouparia muita energia e, consequentemente, dinheiro às empresas.