Um estudo publicado na semana passada sugere que as pessoas com excesso de peso têm menos probabilidades de desenvolver demência. Baseada na análise dos registos médicos de quase dois milhões de pessoas, ao longo de dez anos, a investigação, a cargo, sobretudo, de cientistas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, descobriu que os que tinham um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 29 (considerado excesso de peso), tinham um risco 18% inferior de desenvolver demência, em comparação com os que tinham um IMC saudável (entre 18 e 24).
Mas as conclusões surpreendentes não ficam por aqui: os mais obesos, com um IMC de 30 ou mais, ainda tinham melhores perspetivas: um risco 24% menor. Já um peso abaixo do ideal aumentou a possibilidade de demência em 39 por cento.
Os resultados foram uma supresa para Nawab Qizilbash, o epidemiologista clínico que liderou a investigação, que faz agora questão de sublinhar que estes não podem ser uma desculpa para ignorar a balança.
Há três anos, um estudo de dimensão ainda maior dava conta de que as pessoas com excesso de peso tendiam a viver mais – Os que tinham um IMC entre 25 a 29 reduziam o risco de morte prematura em 6% quando comparados com os detentores de um IMC normal. Para chegar a esta conclusão, os investigadores olharam para 100 ensaios envolvendo um total de três milhões de pessoas.