De acordo com a publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, um grupo de cientistas descobriu que a através da neuroimagiologia é possível prever, com uma precisão inédita, quais serão os presos que, quando libertados, irão cometer os mesmos crimes. No entanto, os mesmos cientistas acautelam, desde já, que os resultados desta “neuro-previsão” requerem um debate sério, ao nível legal e ético, antes de ser introduzido no sistema judicial.
O estudo contou com 96 criminosos, que tinham sido condenados a pelo menos um ano de prisão. Embora cerca de 20% preenchessem os critérios para um diagnóstico de psicopatia ou de comportamento extremamente anti-social, nenhum tinha sido condenado por homicídio, mas sim por assaltos, roubo, tráfico de droga e agressão.
Os participantes concordaram em submeter-se a exames que avaliavam o controlo de impulsos, enquanto os seus cérebros eram observados através de ressonância magnética. Os resultados revelaram que os indivíduos que apresentavam níveis baixos de atividade na área do cérebro chamada córtex cingulado anterior, durante os exercícios, tinham o dobro da probabilidade de virem a ser presos novamente no espaço de quatro anos após a sua libertação. Para os criminosos que não tivessem cometido crimes violentos, a probabilidade de reincidência era cerca de cinco vezes superior.
Ao longo dos quatro anos em que foi levada a cabo esta investigação, 53% dos criminosos observados foram presos outra vez. “É entusiasmante porque será mais útil do que outras medidas, e podemos fazer um tratamento que aumente a actividade dessa zona do cérebro”, adiantou Kent Kiehl, professor de Psicologia na Universidade do Novo México, que liderou o estudo.