Foi publicado esta quarta-feira o relatório da organização não governamental Save the Children que listou os melhores lugares do mundo para se ter um filho.
No total, foram analisados 164 países, divididos por categorias: países desenvolvidos, em vias de desenvolvimento (desenvolvimento intermédio) e países menos desenvolvidos. As categorias foram baseadas em fatores de desenvolvimento económico, educacional e de acesso à saúde.
Save the Children é uma organização não governamental americana que procura auxiliar crianças em dificuldade por todo o mundo. Define-se como um projeto de “ajudar a salvar vidas” que na sequência de desastres naturais providencia “comida, assistência médica e educação, bem como programas de recuperação a longo prazo”.
Países desenvolvidos
Nesta categoria, o melhor país para se ter um filho é a Noruega, seguido da Austrália e da Islândia.
A Noruega é o país que combina as melhores condições físicas e as melhores vantagens médicas e familiares. Lidera este ranking pois apresenta “o nível mais elevado de salários, a maior utilização de contracetivos, uma das mais baixas taxas de mortalidade em menores de 5 anos, e uma das políticas mais generosas no que toca ao subsídio de maternidade”.
Uma mãe norueguesa tem direito a uma licença de maternidade entre 46 e 56 semanas, e caso escolha a primeira opção (46) o subsídio é pago a 100%.
Lado a lado com a Suíça está Portugal em 14º lugar, com a morte de uma mãe a cada 9800 partos e uma taxa de mortalidade infantil de 4 em cada 1000 nascimentos.
Ainda em Portugal, a percentagem de utilização de contracetivos está nos 63% e a esperança de vida à nascença são 82 anos.
Quanto aos apoios, Portugal tem uma licença de maternidade de apenas 120 dias, todavia, as mães portuguesas recebem o subsídio de maternidade em 100%.
Logo acima de Portugal neste ranking está o Reino Unido, Espanha e a Alemanha.
Os EUA ocupam a 31ª posição, devido essencialmente à elevada taxa de mortalidade de mães após o parto (uma em cada 2100 nascimentos). “Uma mulher nos EUA tem uma probabilidade 7 vezes maior de morrer devido a problemas relativos à gravidez do que mulheres em Itália ou na Irlanda”. Também a cada 1000 nascimentos morrem 8 crianças menores de 5 anos, e apenas 58% das crianças frequentam o ensino pré-primário.
Nos últimos lugares desta lista estão a Bósnia Herzegovina, a Macedónia e a Albânia.
O top 10 dos melhores países para criar um filho é, portanto, constituído pela: Noruega, Austrália, Islândia, Suécia, Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Bélgica, Holanda e França.
Países em vias de desenvolvimento (desenvolvimento intermédio)
Neste ranking, Cuba é o melhor país para criar um filho, seguido por Israel e pelo Chipre.
Como Portugal, Cuba tem também uma taxa de mortalidade infantil (em menores de 5 anos) de 4 em cada mil nascimentos. 100% dos partos são realizados por profissionais de saúde, e 1 em cada 1400 partos resulta no falecimento da mãe.
Cuba é das nações de desenvolvimento intermédio, o país com maior número de mulheres no parlamento, valor que contribui para o seu 1º lugar na lista.
O Brasil encontra-se em 12ª posição do conjunto de 79 países do grupo.
No final da lista estão o Paquistão, a Nigéria e, por último, a Costa do Marfim com a morte de uma mãe em cada 44 partos, e com uma taxa de utilização de contracetivos de 8%.
Países menos desenvolvidos
Na lista dos países menos desenvolvidos, a melhor nação para se ter um filho é as Maldivas. Seguem-se o Rwanda e o Lesotho.
As Maldivas encontram-se em 1ºlugar (de 42) na listagem de situações sobre as mulheres e a maternidade, e em 4º (de 44 países) no que toca ao ranking de tópicos que têm que ver com a saúde, bem estar e educação das crianças.
Moçambique encontra-se em 7º lugar da lista, enquanto Timor-leste se encontra em 20ª e Angola em 30ª posição.
O pior país para se criar um filho é o Afeganistão, com uma em cada 11 mulheres a morrer devido a complicações durante parto, e em que apenas 14% dos mesmos são assistidos por profissionais de saúde.
” Menos de 15% dos partos são assistidos por profissionais de saúde no Chad e no Afeganistão. Na Etiópia apenas 6% dos partos são privilegiados com essa assistência, enquanto no Sri Lanka o valor é de 99% e no Botswana 95%”.
No Afeganistão, penas 16% das mulheres utilizam meios de contraceção e a esperança de vida à nascença é de 45 anos; a taxa de mortalidade infantil é de 199 casos em cada 1000 partos bem sucedidos.
Segundo a organização Save the Children, “Uma em cada 5 crianças não atinge o seu 5º aniversário no Afeganistão, Chad e na República Democrática do Congo”.
Para mais de metade das populações do Afeganistão, Guiné, Etiópia, Ilhas Fiji, Madagáscar, Mauritânia, Moçambique e Serra Leoa não há água potável. 70% da população da Somália também não tem acesso a água segura.
Do top 10 dos piores países para se ter um filho fazem parte: República da África Central, Sudão, Mali, Eritreia, Congo, Chad, Yemen, Guiné- Bissau, Niger e Afeganistão.