No dia em que foi eleito líder do PSD, no final de maio, Luís Montenegro lançou a sua candidatura ao lugar de primeiro-ministro, em 2026. Volvidos seis meses, todas as sondagens lhe negam, para já, essa ambição. Apesar da evidente mudança no registo da presidência social-democrata – que trouxe um estilo mais proativo ao partido, uma oposição mais vocal ao PS e união interna, que só esbarra no grupo parlamentar –, o momento político desafia-lhe os planos e o voluntarismo trocou-lhe as voltas umas quantas vezes.
Montenegro arregaçou as mangas assim que foi eleito, tornou-se a sombra de Rui Rio, e, durante o mês em que durou a transição da presidência, o partido parecia ter dois líderes. As divergências entre ambos eram claras, e o ex-presidente viu-se obrigado a suspender decisões, como a periodicidade dos debates parlamentares, para que Montenegro não tivesse de revogá-las de seguida.