“Hoje, podemos afirmar a nossa capacidade e disponibilidade para ultrapassar esse número [50 refugiados do Afeganistão]”, clarificaram os ministérios da Presidência, da Administração Interna, dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, numa resposta conjunta, enviada à VISÃO, para ser incluída num trabalho publicado na edição em papel da próxima quinta-feira. O mapeamento da capacidade de resposta da rede de acolhimento – a cargo do Alto Comissariado para as Migrações – ainda não está concluído, mas até ao momento está confirmada a “disponibilidade de acolhimento de mais de 240 cidadãos, distribuídos pelo País”.
Nos últimos dias, foram várias as instituições de solidariedade social que se chegaram à frente para prestar apoio aos que fogem do regime dos talibãs – que tomou conta do Afeganistão no passado dia 15 de agosto. E na lista oficial do Governo já se encontram: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Sintra, a Câmara Municipal do Fundão, a Câmara Municipal de Lisboa, a Cruz Vermelha Portuguesa, o Conselho Português para os Refugiados, as associações Adolescer, Entremundos, Púcura de Barro, Fios e Desafios, FISOOT Lda., e o Centro Social Soutelo.
A estas juntam-se cidadãos que manifestaram interesse em contribuir, através do formulário criado pelo Alto Comissariado das Migrações (ACM), disponível online. Até ao dia 20 de agosto às 15:00 (três dias depois de ter sido criado), foram enviadas 4 429 respostas de portugueses a oferecer ajuda alimentar, alojamento, apoio psicológico, apoio social, segundo dados disponibilizados pelo Executivo. 840 destas respostas referem-se a famílias disponíveis para acolher refugiados; sendo que a cada dia chegam novas respostas, que serão depois analisadas pelo ACM.
Quais são os critérios para receber a mão de Portugal?
- Portugal garante o acolhimento de todos os cidadãos afegãos que colaboraram com a força nacional destacada no Afeganistão, no quadro da NATO, e está, de acordo com o Governo, a proceder à sua identificação;
- Participa no acolhimento de cidadãos afegãos que colaboraram noutros enquadramentos da NATO e da União Europeia. Neste âmbito, está incluído, por exemplo, quem deu apoio à embaixada da União Europeia em Cabul;
- Acolherá afegãos também no quadro de operações de proteção das Nações Unidas;
- Está a analisar pedidos de acolhimento dirigidos ao País, principalmente de grupos profissionais mais vulneráveis, como jornalistas, mulheres, estudantes e ativistas.
Estas informações estão incluídas num dossier que a VISÃO dedica, na próxima edição, aos refugiados afegãos.