O Conselho das Ordens Nacionais – entidade a quem compete sugerir a quem se deve atribuir condecorações – reuniu-se pela primeira vez ainda em maio de 2019 para discutir se um condecorado pode não ficar sem estes reconhecimentos públicos tendo em conta a “arrogância jocosa” demonstrada perante o Parlamento e emitiu um parecer favorável à instauração de processo disciplinar às condecorações de Joe Berardo. O empresário tinha sido condecorado pela primeira vez por Ramalho Eanes, em 1985, e depois por Jorge Sampaio, em 2004, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
No entanto, a decisão do Conselho das Ordens Honoríficas, liderado por Manuel Ferreira Leite, sobre a audiência de Joe Berardo no Parlamento ficou adiada devido à pandemia. A reunião estava agendada para o início de 2020, mas por causa da emergência da Covid-2019, não chegou a ocorrer e o processo ficou em banho-Maria.
O documento de base para análise do Conselho foi preparado por Mota Amaral. O empresário, ouvido no processo, reconheceu, em carta enviada ao presidente da Assembleia da República, que teve momentos “infelizes”, algo que pode servir de atenuante. Esperava-se que Joe Berardo mantivesse as comendas e que fosse apenas alvo de reprimenda.
Agora, a decisão será tomada já com o estatuto de arguido.