Começou no Twitter, mas o assunto foi mais longe e motivou notícias nos jornais e pedidos para que Rui Rio apresentasse as suas desculpas. Em vez disso, o líder do PSD – que publicou uma mensagem, na sexta-feira, na rede social, utilizando o caso da morte de Ihor Homeniuk por inspetores do SEF para atingir o Executivo – limitou-se a dizer: “Fui muito criticado e fui muito apoiado. São opiniões”.
Rui Rio falava aos jornalistas à saída de uma reunião com a delegação do Serviço de Estrangeiro e Fronteiras (SEF), esta segunda-feira, onde se viu forçado a explicar o tom da publicação que fez há três dias e onde se podia ler: “É mais do que evidente que, face aos últimos acontecimentos políticos, o Governo e o PS só podiam estar a subir. Mais uma morte no aeroporto e “a coisa” vai à maioria absoluta. Força nisso!”. O tweet vinha acompanhado por uma hiperligação para uma sondagem com chamada de capa no Expresso que dizia que o PSD e Rio desciam na preferência dos portugueses depois do acordo de governação nos Açores, enquanto o PS subia.
“A sondagem, na minha opinião, é quase um insulto à nossa inteligência. Com tudo o que tem acontecido no país, sendo o caso mais grave o da morte do cidadão ucraniano é quase um insulto que o Partido Socialista e o Governo continuem a subir na considerações dos portugueses”, explicou o presidente dos sociais democratas.
Durante a conferência de imprensa à saída da reunião, Rui Rio descreveu ainda o homicídio de Ihor Homeniuk como uma “situação lamentável” e mostrou-se “altamente preocupado” com os outros exemplos de violência nas instalações do SEF que têm vindo a público nos últimos dias. Apesar disto, o político quis dizer que “a situação não é sistémica” e que “não podemos olhar para o SEF como se está a olhar”, desautorizando todos os agentes daquela polícia.