Quando os repórteres da VISÃO chegaram ao restaurante O Pescador, em Mação, na noite de sexta, 4, José Sócrates acabara de ser transferido da cadeia de Évora para Lisboa, onde ficou em prisão domiciliária.
O momento não podia ser mais irónico. O autor da decisão, o juiz de instrução Carlos Alexandre, era precisamente o alvo da reportagem. Avesso a mediatismos, com raras entrevistas e perfis sobre ele publicados, o perfil do magistrado era um desafio antigo. E a VISÃO sabia que Carlos Alexandre estaria este fim de semana na vila da Beira Baixa onde nasceu para as festividades de Santa Maria.
Assim foi: no sábado, pela tardinha, ele cumpria o que prometera a alguns conterrâneos. A VISÃO apanhou-o nos cafés, em convívio, falou com amigos e conhecidos para lhe traçar o perfil, e fotografou-o na procissão do último domingo, 6. Ele recusou colaborar na reportagem. “Sou avesso a expor em público as minhas opiniões e juízos sobre qualquer matéria, até por dever de ofício”, justificou, amavelmente.
A reportagem, porém, fez-se à mesma.
De resto, a investigação sobre a personalidade em causa estava em curso há várias semanas, quando a VISÃO começou a contactar pessoas na posse de informação relevante sobre a figura ou que, de alguma maneira, se cruzaram com ele no decorrer dos anos. No terreno, em Mação, foram dezenas os testemunhos recolhidos, além de documentos e fotografias que amigos e conhecidos do juiz foram guardando ao longo do tempo e disponibilizaram à VISÃO. E assim se foi tornando mais nítido o retrato deste homem que vive a Justiça como uma espécie de “sacerdócio”.
Nesta edição, através de quem o conhece bem, contamos então as histórias desconhecidas do percurso de vida de Carlos Alexandre e tudo o que vai na cabeça do juiz que mandou prender José Sócrates e Ricardo Salgado. Ele guarda documentos e escutas que podem abalar o regime. Por isso lhe chamamos “O dono de todos os segredos”.
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LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA VISÃO DESTA SEMANA, QUINTA-FEIRA NAS BANCAS
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