A forma como se hoje viaja em Londres pode mudar já em maio deste ano. A nova linha de metro Elizabeth Line, também conhecida como Crossrail, vai ligar Reading e Heathrow, no oeste, através do centro de Londres, a Shenfield e Abbey Wood, no leste.
Os novos transportes vão conseguir transportar mais 1500 passageiros, 450 dos quais sentados. Esta nova forma de viajar, vai permitir que se chegue ao centro da cidade em apenas 45 minutos, reduzindo os tempos de viagem. Por exemplo, uma viagem de Canary Wharf a Heathrow pode durar apenas 38 minutos. O mesmo trajeto feito sem a nova linha demoraria pelo mais uma hora nas linhas subterrâneas atuais e mais do dobro se fosse feita num táxi, mesmo com o trânsito normal.
A abertura da linha, prevista para maio deste ano, não vai ser total: numa primeira fase, vão andar apenas 12 comboios por hora, circulando em cada direção pelos túneis londrinos entre Abbey Wood e Paddington. A completa circulação na Crossrail prolongar-se-à até maio de 2023, quando andarem 24 comboios por hora em cada direção por toda a linha.
Quando estiver totalmente operacional, aumentará a capacidade metropolitana de Londres em 10 por cento. Espera-se que cerca de 200 milhões de passageiros por ano usem o Crossrail, embora estas previsões tenham sido feitas pré-pandemia, surgindo agora a problemática do teletrabalho.
No auge da construção, o Crossrail era o maior projeto de engenharia da Europa. Isto porque são 99,78 quilómetros de distância entre os dois pontos da cidade, dos quais 41 quilómetros foram construídos de raiz, tendo sido escavados entre 2012 e 2015.
O projeto foi aprovado em 2007, tendo sido previsto começar a obra em 2009 e abrir em 2018. Com quatro anos de atraso, o Crossrail custou mais 4 mil milhões de euros acima do orçamento, com o projeto chegando a 227 mil milhões de euros. O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, declarou-se “irritado e frustrado” com a situação de má gestão já em 2018.
“Apesar das ressalvas, não há dúvida de que o Crossrail é um esquema incrível, grandioso em conceção e destinado a tornar-se algo tão icónico para Londres quanto os autocarros vermelhos, o metro ou a Nelson’s Column”, diz Christian Wolmar , jornalista ferroviário e autor de “The Story of Crossrail”.
Pode conhecer a Elizabeth Line através de uma visita de 360º aqui.